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Atuação da Auditoria Externa e Interna nas Empresas

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Foi a partir da criação da “Security Exchange Commission (SEC)”, em 1934 nos Estados Unidos, que a profissão de auditor assumiu importância e criou um novo estímulo

, uma vez que as empresas que transacionavam ações na Bolsa de Valores foram obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar maior credibilidade a suas demonstrações financeiras.

As primeiras empresas internacionais de auditoria independente a se instalarem no Brasil, segundo publicações e documentos da época, foram a Arthur Andersen S/C, que em 21 de outubro de 1909 já mantinha um escritório no Rio de Janeiro, e a Price Waterhouse que, após incorporar a W. B. Peat & Co. e a Touche, Faller e Co., abriu seu escritório em 1915, também no Rio de Janeiro.

Apesar de formalmente organizada em 26 de março de 1957, quando formado o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil, a auditoria foi oficialmente reconhecida apenas em 1968, por ato do Banco Central do Brasil. O fortalecimento da atividade, entretanto, ocorreu em 1972, por regulamentações do Banco Central do Brasil (BACEN), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e pela formação de um órgão nacional para a congregação e auto-disciplina dos profissionais, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.

A partir da criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através da Lei nº 6.385 de 7 de dezembro de 1976, e da edição da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a atividade do auditor passou a ser regulamentada e controlada. Muito se tem discutido sobre o papel e a missão da Auditoria no Brasil e no mundo. Os erros e fraudes cometidos contra as empresas têm impactos diretos na sociedade, pois com a globalização da economia os mercados financeiros deixaram de ser regionais e passaram a ser mundiais. Dessa forma, se uma empresa comete irregularidades em seus demonstrativos contábeis publicados nos Estados Unidos, por exemplo, o reflexo será verificado em todos os países em que essa companhia tenha investimentos. Auditoria interna

A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador, ou em alguns casos o proprietário da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas atividades. Porém, de nada valeria a implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos empregados da empresa.

Adicionalmente, o auditor externo ou independente, além de sua opinião ou parecer sobre as demonstrações contábeis, passou a emitir um relatório no qual apresentava sugestões para solucionar os problemas da empresa, que chegaram ao seu conhecimento no curso normal do seu trabalho de auditoria.

Entretanto, o auditor externo passava um período de tempo muito curto na empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame das demonstrações contábeis. Para atender à administração da empresa, seria necessária uma auditoria mais freqüente, com maior grau de profundidade e visando também às outras áreas não relacionadas com contabilidade (sistema de controle da qualidade, administração de pessoal, sistemas de contratações, sistema de compras, segurança do processamento informatizado de dados, etc.).

Portanto, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão de auditor externo e, conseqüentemente, do contador. O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar (como por exemplo: elaborar lançamentos contábeis, ser responsável pela área de compras, controlarem os estoques, etc.), para que não interfira em sua independência.

Em relação à Auditoria Interna verifica-se que, por operar no ambiente interno, os trabalhos para detecção de fraudes nos números apresentados pelas administrações devem ser mais constantes, conforme comentado por Franco e Marra.

A vantagem da auditoria interna é a existência, dentro da própria organização, de um departamento que exerce controle permanente – prévio concomitante e conseqüente de todos os atos da administração.

Os departamentos de Auditoria Interna desenvolveram ao longo dos anos instrumentos e ferramentas que ajudam a desempenhar este papel com muito mais precisão e de forma competitiva para os negócios das empresas. A busca de novas tecnologias e formas de realizar seu trabalho deve ser uma atividade constante na Auditoria Interna, pois as empresas estão em constante alteração e seus processos aprimoram-se a cada dia, diante disto verifica-se a necessidade de atualização constante em seus meios de desempenhar as suas respectivas funções.


Aplicação dos procedimentos de auditoria

A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada através de provas seletivas, testes e amostragens, em razão da complexidade e volume das operações, cabendo ao auditor, com base nos elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada através de provas seletivas, testes e amostragens, em razão da complexidade e volume das operações, cabendo ao auditor, com base na análise de risco de auditoria e outros elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo.

Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditor deve considerar os seguintes procedimentos técnicos básicos:
• Inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis.
• Observação – acompanhamento de processos os procedimentos quando da sua execução.
• Investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade.
• Cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras circunstâncias.
• Revisão analítica – verificação do comportamento de valores significativos, através de índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas a identificação de situações ou tendências atípicas.

Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, efetividade e continuidade dos controles internos.

Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes conclusões:
• Existência – se o componente patrimonial existe em certa data;
• Direitos e obrigações – se efetivamente existem em certa data;
• Ocorrência – se a transação de fato ocorreu;
• Abrangência – se todas as transações estão registradas;
• Avaliação – se os ativos e passivos estão avaliados adequadamente;
• Mensuração – se as transações estão registradas pelos montantes corretos e se foi respeitado o princípio de competência; e
• Apresentação e divulgação – se os itens estão divulgados, classificados e descritos de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade.

Na aplicação dos procedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar:
• Objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis;
• Natureza da entidade e o conhecimento adquirido nas auditorias anteriores; e
• Disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e compatibilidade.

Se o auditor, durante a revisão analítica, não obtiver informações objetivas suficientes para dirimir as questões suscitadas, deve efetuar verificações adicionais, aplicando novos procedimentos de auditoria, até alcançar conclusões satisfatórias.

Desde que praticável e razoável e quando o ativo envolvido for de valor expressivo em relação a posição patrimonial e financeira e ao resultado das operações, deve o auditor:
• Confirmar os valores das contas a receber, através de comunicação direta com os devedores; e
• Acompanhar o inventário físico realizado pela entidade executando os testes de contagem física e procedimentos complementares aplicáveis.


Ferramentas de Auditoria

Em todo o trabalho da auditoria interna as ferramentas utilizadas no cumprimento de seus objetivos, são baseadas nos instrumentos desenvolvidos e aplicados na auditoria externa. As ferramentas de auditoria, portanto, são instrumentos que o auditor possui para atingir suas metas, definidas no planejamento de auditoria, independente do tipo de auditoria praticada. Diante deste cenário, podemos citar os softwares:

1. ACL: software de reconhecimento mundial, cuja sigla significa Audit Command Language ou Liguagem de Auditoria por Comandos. Dentro as diversas funcionalidades desta ferramenta de auditoria. O ACL tem sido amplamente difundido entre as equipes de auditores internos no Brasil, tal fato deve-se aos aspectos de segurança e confiabilidade mundial conquistado em seu desenvolvimento.

2. IDEA: O Interactive Data Extraction and Analysis trata-se de software voltado a duas grandes funções na auditoria: a extração e análise de dados.

3. SAS: Pode ser definido como uma ferramenta de auditoria que rastreia dados e registra acontecimentos em sistemas integrados ao processo da empresa . Trata-se de um software de trilha de auditoria e, por isso, denomina-se Segurança e Auditoria de Sistemas. Este software possibilita ao auditor o acompanhamento de rotinas executadas em sistemas por funcionários ou usuários externos à empresa.

4. EASYTRIVE: Esta ferramenta é mais elaborada no sentido de trabalhar com a linguagem de sistemas de grande porte, ou seja, main frame. A utilização dos diversos softwares de auditoria, a fim de descobrir fraude num ambiente altamente informatizado, exigirá do auditor um alto grau de conhecimento a respeito das possibilidades e dos conceitos envolvendo bancos de dados, trilhas de auditoria, correlação de informações e outros aspectos que serão considerados vitais no cumprimento dos trabalhos de auditoria.

Bibliografia:
• Marcelo Cavalcanti Almeida, Auditoria – Um Curso Moderno e Completo, (São Paulo: Editora Atlas S.A., 1996)
• Hilário Franco, Ernesto Marra, Auditoria Contábil, (São Paulo: Editora Atlas S.A., 1992)
• William Attie, Auditoria – Conceitos e Aplicações, (São Paulo: Editora Atlas S.A., 1998)
• Paulo Adolpho Santi, Introdução à Auditoria, (São Paulo: Editora Atlas S.A., 1988) • John W. Cook, Gary M. Winkle, Auditoria: filosofia e técnica, (São Paulo: Editora Saraiva, 1981)
• Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo – CRC-SP, Curso Básico de Auditoria, (São Paulo: Editora Atlas S.A., 1989)
• Revista Brasileira de Gestão de Negóciosv
• Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON, Normas Internacionais de Auditoria e Código de Ética profissional, (São Paulo: IBRACON, 1998)
• Conselho Federal de Contabilidade, Normas Brasileiras de Contabilidade (resoluções nº 780, 820, 821, 828, 830 e 836)

Última modificação emSegunda, 02 Junho 2014 16:12
Marcos de Arruda Castro

Pós Graduado em Finanças – Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - Lgo.São Francisco - Centro. Graduado em Ciências Contábeis – Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Tibiriçá – Lgo..São Bento - Centro. Atualmente é o responsável direto pela auditoria Interna relacionada as empresas financeiras do grupo Marisa.

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