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Peixe de Fora

Comunicação e Marketing em tempos de crise: estratégia para inovar e sobreviver à retração

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Com a proximidade das festividades do final do ano o varejo pode, enfim, respirar um pouco aliviado depois de um ano de muita retração econômica. Mas o alivio será momentâneo já que a crise política e econômica no Brasil ainda deve perdurar, ao menos, por mais alguns meses. Há menos consumo, o que resulta em menos receitas para as empresas, o que leva a um nível menor de investimentos.

 

As mudanças de hábitos dos consumidores e os novos cenários acabam exigindo que as empresas se ajustem ao contexto, não apenas a fim de sobreviver à retração, mas também com a estratégia de prosperar depois dela. Nessas horas, reduzir custos se torna uma missão de primeira hora para todos os executivos e bate ainda mais forte nos empreendedores com empresas de micro a médio porte. Leva vantagem as organizações com uma estrutura mais enxuta, maior rapidez para tomada de decisão e grande flexibilidade, as menores podem aproveitar a crise para crescer, enquanto os gigantes sofrem para conseguir sair do padrão.
Nesse sentido, quem empreende ou está no mercado à frente de um negócio não pode deixar de implantar ou manter atividades voltadas para a comunicação e marketing. A seguir, listo duas atitudes que podem render bons resultados para todo tipo de empresa.

 

Identificação - Entenda onde a recessão te atinge

Juros altos, escândalos de corrupção, Impeachment, crise, desemprego e  golpe. O Brasil está  no palco da tormenta mundial e esses efeitos combinados criam um profundo desafio para profissionais de marketing, não só durante a crise, mas também na retomada que a certa altura virá. Aqui, o primeiro passo é entender onde sua organização é atingida e principalmente os novos segmentos de público que surgem durante a crise ou recessão.

Normalmente, o marketing faz uma segmentação demográfica (“mais de 40”, por exemplo, ou “primeiro filho”, ou “renda média”) ou segundo o estilo de vida (“tradicionalista”, “ecologicamente correto”). Já numa recessão essa segmentação pode ser menos relevante do que uma segmentação psicológica que leve em conta a reação emocional do consumidor ao clima econômico. Vamos separa-los em quatro grupos: pé-no-freio, abalado-mas-paciente, tranquila e vive-o-presente.

·         O segmento pé-no-freio é o que se sente mais vulnerável e abalado financeiramente falando. Esse grupo reduz todo tipo de gasto, eliminando, adiando, diminuindo ou substituindo o consumo.

·         O consumidor abalado-mas-paciente tende a ser resiliente e otimista em relação ao longo prazo, mas menos seguro quanto às perspectivas de recuperação no curto prazo ou a sua capacidade de manter o atual padrão de vida.

·         O consumidor em situação tranquila acredita na própria capacidade de sobreviver bem aos solavancos na economia, hoje e no futuro. Seu nível de consumo continua próximo dos níveis pré-recessão, embora agora tenda a ser um pouco mais seletivo com o que compra (e a ostentar menos).

·         O segmento que vive-o-presente continua agindo como sempre e, de modo geral, não se preocupa em poupar. A reação do consumidor desse grupo à crise é, basicamente, adiar compras de grande valor. Normalmente é gente mais jovem, urbana.

Independentemente do grupo ao qual pertence, o consumidor classifica produtos e serviços em quatro categorias para poder priorizar os gastos:

·         Artigos essenciais são necessários para a subsistência ou considerados fundamentais para o bem-estar.

·         Um agrado é uma fonte de prazer cuja compra imediata é tida como justificável.

·         Artigos adiáveis são coisas necessárias ou desejadas cuja compra pode ser postergada.

·         Dispensáveis são coisas consideradas desnecessárias ou injustificáveis.

Identifique qual grupo de consumidor é formada sua carteira de clientes e como eles classificam seu produto e serviço. A partir daí, chegue aos formadores de opinião dentro de sua indústria, construa uma boa imagem para sua empresa e encante seu cliente com notícias positivas

Reação – quem não é visto, não é lembrado

Depois de Identificado o grupo de produto e serviço que ofereço e meu público alvo é chegada a hora de investir assertivamente em comunicação e marketing. Afinal, é através desse engenho que as empresas passam a atrair novos clientes, conservar os antigos fidelizados e, enfim, superar a crise.

 O contexto se torna ainda mais favorável para o marketing digital: o orçamento mais voltado para a técnica online de convencer, educar e relacionar com seu público-alvo deve crescer mais e mais nos próximos anos. Suas oportunidades estratégicas durante a crise vão depender muito do segmento ao qual pertencem seus principais clientes e de como esse público classifica seus produtos ou serviços. As perspectivas são relativamente boas, por exemplo, para artigos essenciais de marca popular mas artigos de luxo, mesmo em crise, ainda possuem um público cativo.  O marketing bem-feito não é uma despesa: trata-se de um importante investimento, cujas ações se encontrarão as chances de potencializar as vendas da empresa nas ocasiões de crise. Portanto, estude o público com o qual está lidando, seu segmento dentro da indústria, e anteveja o que é mais importante para eles, o que buscam — suas demandas e preferências.

Invista no OnLine

Durante uma crise séria ou recessão, o marketing precisa seguir flexível, e das modalidades existentes o o online o foco é mais efetivo, com custos mais baixos e ações mais direcionadas, a chance de impactar o público certo é bem maior e há sempre algo positivo sobre o qual se articular, mesmo em tempos de crise. E a revelação de boas notícias pode não só dar alívio para as pessoas que passam por sua página, mas também pode construir a imagem de sua marca a algo esperançoso, confiante, auspicioso. Construa uma boa imagem para sua empresa aliando se as pessoas consideradas formadoras de opinião para o seu público.
A internet é um lugar maduro para compartilhar suas notícias positivas com grande público, abuse de campanhas virais, hot sites e de impulsionamentos em postagens, busque fazer parcerias ou tente se aproximar de quem é mais respeitado ou escutado dentro de sua indústria, faça reuniões personalizadas com elas, interaja em suas comunidades de mídia social. Os influenciadores ajudam a espalhar suas mensagens e interagir com os fãs em comum: suas recomendações dentro de sua comunidade serão muito mais eficientes do que suas melhores propagandas.

Em tempos de crise uma publicidade enxuta e assertiva não é só garantia de sobrevivência, mas também de crescimento.

Boas vendas

Lucas Arena

Formado em Marketing, Lucas Arena iniciou sua carreira na organização e promoção de eventos nos pavilhões da Expo Center Norte, Anhembi e Rio Centro. Respondeu por quatro anos pelo departamento de criação e arte da VMA Comunicação. Participou de diversas campanhas políticas no interior de São Paulo, sempre assessorando os candidatos, chegando a trabalhar na assessoria de comunicação de um parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Hoje, é sócio proprietário da Arena Comunicação

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