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Gestor de riscos necessita de cenários prospectivos para ter eficácia na sua gestão

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Artigo desenvolvido pelo Prof. Dr. Antonio Celso Ribeiro Brasiliano

 

 

  1. MUNDO DAS INCERTEZAS

Os projetos de Gestão de Riscos Corporativos deveriam possuir planos que minimizassem os efeitos dos riscos sobe eles. Estes planos são denominados de Protocolos de Respostas, onde o gestor de riscos, integrado com as demais disciplinas da empresa deveriam construir Cenários de Riscos possíveis de serem operacionalizados e, a partir destes cenários, elaborar respostas efetivas para minimizar os impactos.

Portanto a área de Gestão de Riscos Corporativos tem que estar integrado com todas as disciplinas da Operação da Empresa. Vejamos o que está acontecendo hoje no Brasil, principalmente na região sudeste: temos uma forte crise hídrica, que leva a uma crise de energia, obrigando as empresas a economizarem iluminação e por consequência a exposição de segurança aumenta. Estamos pensando em como minimizar este efeito e ao mesmo tempo economizar energia? Ou simplesmente estamos cortando a iluminação em pontos estratégicos da empresa? Infelizmente o que acontece é a função do Gestor de Riscos se transformando em bombeiro, aquele que só apaga incêndio, sem se preocupar com uma visão sistêmica e holística de todo o processo.

A minimização dos riscos nas empresas está embasada em duas ferramentas de gestão: Cenários Prospectivos e Análise de Riscos. As duas ferramentas deveriam compor uma estrutura de gestão integrada.

Cenários de Riscos é primordial pois transforma a incerteza total em incerteza parcial. Este é o objetivo da construção de cenários prospectivos em Riscos.  Já a Análise de Riscos visualiza as condições futuras das operações da edificação frente aos Cenários Identificados. 

Importante salientar que embora o risco acompanhe o homem e seja inerente à sua natureza, as empresas deveriam observar e sentir que as consequências, em função da concretização dos eventos podem ser catastróficas para as operações, inviabilizando o negócio. A atuação gerencial, hoje, convive com a imprevisibilidade e com a ambigüidade. E um dos elementos principais dessa convivência é ter que tomar decisões baseadas em informações incompletas e ou em constante mudança.

A gerência de riscos, em uma empresa, passa a ser uma ferramenta estratégica para mitigar e reduzir a probabilidade de ocorrências negativas. A gerência de riscos passa a ser ferramenta de vantagem competitiva, pois na atual moldura, quem melhor gerencia riscos e a incerteza, consegue oferecer e agregar melhor valor para a operação e consequentemente para seus clientes.

Para este fim, é necessária a elaboração de cenários prospectivos para que os gestores tenham a visão holística das variáveis externas, com o estudo de suas respectivas interferências e interações. O objetivo da gerência de riscos é o de possuir um processo sistêmico e contínuo de identificação de exposição, medição, análise, controle, prevenção, redução, avaliação e financiamento dos riscos. Esta nova visão ajuda a integrar todos os riscos. O gerenciamento de riscos, sob este enfoque, contribui para o fortalecimento e a eficiência econômica da empresa, na medida em que proporciona mecanismos de alocação de recursos para o seu emprego mais eficiente.

 

2.    MODELAGEM DE CENÁRIOS PROSPECTIVOS

A modelagem de cenários visa conhecer e compreender melhor as variáveis externas existentes, permitindo desta forma avaliar os prováveis efeitos futuros de decisões tomadas hoje. O gestor de riscos deve aliar ao domínio das técnicas de prospectiva, sua imaginação e lógica, pois o planejamento de gestão de riscos é um processo decisório. Ohorizonte temporal, para o Brasil, específico para riscos corporativos, deve ser de no máximo dois anos, tendo em vista a dinamicidade e características das variáveis brasileiras.

A construção de cenários prospectivos constitui uma técnica gerencial que faz parte do processo estratégico da empresa. Sua aplicação identifica eventos e variáveis que podem colocar em risco o negócio, visando preparar e estruturar respostas adequadas a esse mundo de incertezas. A escolha de estratégias é uma contribuição fundamental que os estudos de cenários prospectivos prestam  às organizações.

Para isto, é essencial entender a ambiência em que a empresa poderá estar inserida através de estudos sobre as variáveis e fatores facilitadores do seu contexto específico, o que possibilita a compreensão das forças que impactam o seu futuro. 

  1. ATITUDE PROSPECTIVA

Segundo BERGER (1957), em sua obra “A Atitude Prospectiva”, a prospectiva baseia-se na capacidade de olharmos amplamente, tomando cuidado com as interações, olharmos longe, preocupar-nos com o longo prazo e, principalmente, levarmos em conta o gênero humano, agente capaz de modificar o futuro. Os cenários prospectivos são uma abordagem analítica e explorativa, levantando incertezas, invocando a reflexão e questionando os possíveis desdobramentos das decisões, não apenas em termos dos objetivos postos, mas em toda a interação entre sistemas técnicos e sociais.

A importância de estudos prospectivos na área de riscos corporativos é a atitude pró-ativa que o gestor deve tomar frente para minimizar impactos. Na medida em que se enfrentam essas incertezas, defronta-se com um dilema: como planejar o futuro se ele é tão complexo e incerto? Quais tipos de riscos podem impactar meus objetivos? Há possibilidade dos riscos se interconectarem e impactarem minhas operações? Estas e mais perguntas fazem parte do cotidiano de hoje de inúmeros gestores.

Os gestores de riscos corporativos ainda no Brasil não realizam estudos prospectivos nesta área de influência, tomando, na maior parte das vezes, um enfoque projetivo (extrapolação de dados passados para o futuro). Quando toma-se esta atitude projetiva é o mesmo que acreditar que o futuro pode ser previsto como uma projeção de crescimento ajustado sobre um passado conhecido. Neste caso é o mesmo que dirigir um automóvel olhando pelo espelho retrovisor!! Temos que mudar este paradigma!!

Para evitar insucessos, a elaboração de cenários prospectivos pode permitir analisar o potencial de ameaças e oportunidades para desenvolvimento de alternativas possíveis sobre o futuro, tendo em vista a criação de diferentes caminhos que levam a diferentes cenários.

Assim, o gestor pode controlar o alcance dos objetivos estratégicos e, portanto, alterar suas ações estratégicas em face do cenário que estiver manobrando.

Na verdade o gestor deve compreender os movimentos destes fatores e variáveis, para poder traçar os possíveis encaminhamentos e daí elaborar quais serão as estratégias que a empresa deve implementar.    

 

4.    CONCLUSÃO

Portanto, a construção de cenários prospectivos em riscos corporativos no Brasil é um instrumento natural de pensamento estratégico. É válido lembrar que os cenários devem constituir uma ferramenta de gestão que melhore a qualidade da tomada de decisões.

É importante que os gestores de riscos possuam esta sensibilidade, pois ao ingressarmos nesta nova era, a ERA da TURBULÊNCIA, o caos impactará as empresas e organizações. No passado, normalidade significava, principalmente, altas e baixas graduais, que lembravam um pássaro pairando no céu, em trajetória sinuosa, às vezes para cima, às vezes para baixo, mas sempre de forma graciosa e suave!! Na era da turbulência, as guinadas serão abruptas, erráticas!!! A pergunta é: Você gestor de riscos está preparado para suportar as guinadas abruptas?

Última modificação emTerça, 01 Dezembro 2015 19:22
Antonio C.Ribeiro Brasiliano

Doutor em Science et Ingénierie de L’Information et de L’Intelligence Stratégique ( Ciência e Engenharia da Informação e Inteligência Estratégica) pela UNIVERSITÉ EAST PARIS - MARNE LA VALLÉE – Paris – França; Master Degree - Diplome D´Etudes Approfondies (DEA) en Information Scientifique et Technique Veille Technologique (Inteligência Competitiva) pela UNIVERSITE TOULON – Toulon - França; Especializado em: Inteligência Competitiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Gestión da Seguridad Empresarial Internacional – Universidad Comillas – Espanha; Segurança Empresarial pela Universidad Pontifícia Comillas de Madrid – Espanha; Planejamento Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas - SP; Bacharel em Ciências Militares, graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras; Bacharel em Administração de Empresas; Autor de vários livros Editor da Revista Proteger e Diretor Executivo da BRASILIANO & ASSOCIADOS.

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